Novas regras vão classificar risco de países, com o agravante de não preverem distinção entre áreas desmatadas legal e ilegalmente
O Conselho da Europa se posicionou, nesta terça-feira (28/6), favoravelmente à proposta de estabelecer regras obrigatórias de vigilância para todas as empresas que comercializam carne bovina para seu mercado. Na lista, também constam óleo de palma madeira, café, cacau e soja, além de alguns derivados. A proposta, apresentada em novembro de 2021, agora segue para o Parlamento Europeu, com votações previstas para julho na Comissão de Meio Ambiente.
Também foi aprovada a criação de um sistema que classifica os países de acordo com um nível de risco relacionado ao desmatamento. As classificações, em baixo, normal ou elevado, devem determinar o nível de obrigações específicas para as inspeções em cada um deles. Assim, países com alto risco, receberão um monitoramento mais rigoroso.
A proposta visa diminuir a pegada ambiental da União Europeia que, atualmente, é responsável por 16% do desmatamento ligado ao comércio de commodities. A decisão pode impactar na compra de produtos brasileiros, especialmente a soja e a carne bovina. A tendência é que a mesma exigência também impacte na decisão de empresas europeias, como bancos , de fazerem investimentos por aqui.
Um agravante para o Brasil é o fato de que as novas regras não fariam distinção entre áreas desmatadas legal e ilegalmente, o que desconsidera a permissão do nosso Código Florestal para que propriedades rurais produtivas na Amazônia possam desmatar até 20% de sua área total.
As informações são do Um Só Planeta, que dá mais detalhes.
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